As tensões entre Washington e Pequim aumentaram no mês passado, após um incidente envolvendo um navio da Marinha dos EUA que quase colidiu com um navio de guerra chinês no mar do Sul da China em uma zona marítima disputada.
No mar do Sul da China, uma das regiões marítimas mais disputadas no mundo, os militares dos EUA têm realizado nos anos recentes missões demonstrativas de "liberdade de navegação".
EUA e China "se encontrarão cada vez mais em alto-mar", disse na terça-feira o comandante de Operações Navais da Marinha dos EUA, almirante John Richardson, segundo a Reuters, na sequência do incidente ocorrido no mês passado envolvendo o USS Decatur e uma embarcação chinesa, a quem os americanos acusaram de os tentar empurrar para fora da área.
Richardson fez a declaração em Jacarta, onde se encontrou com seu colega indonésio para discutir sobre a cooperação naval entre os EUA e a Indonésia e sobre o compromisso dos dois países de "aumentarem" sua "parceria estratégica".
Richardson também disse que os EUA vão monitorar a cooperação naval entre a Rússia e a China "com interesse" à medida que ela continue crescendo.
O almirante fez as declarações um dia após encerrar sua visita as Filipinas, que ele também, caracterizou como um firme parceiro e aliado na região.
A Indonésia e as Filipinas são dois dos seis países regionais, incluindo China, Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan, que reivindicam porções do mar Sul da China, uma hidrovia estratégica e economicamente crucial por meio da qual entram 5 trilhões de dólares (cerca de 18,64 trilhões de reais) em comércio anual global.
No mês passado, um porta-voz da Frota do Pacifico dos EUA acusou um destróier chinês de se ter aproximado do USS Decatur de forma "insegura e não profissional", com fotos divulgados posteriormente mostrando os dois navios de guerra a uma distância de menos de 45 metros.
Na segunda-feira, Richardson prometeu que o incidente de setembro não impediria a Marinha dos EUA de realizar "operações de liberdade de navegação" na região ou em qualquer outro lugar com este mesmo propósito. "Fazemos dezenas dessas operações em todo o mundo para indicar nossa posição [sobre]… reivindicações ilegítimas, reivindicações marítimas", disse o almirante.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, respondeu aos comentários do almirante na segunda-feira (29), comentando sobre como alguns "países não-regionais" alimentam tensões "mostrando sua força" nas águas disputados. Mais cedo, Cui Tiankai, embaixador da China nos Estados Unidos, considerou o incidente como uma intervenção "à porta da China", não muito diferente do que aconteceria se navios de guerra chineses aparecessem na costa da Califórnia ou no golfo do México.
Fonte: Sputniknews.com
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