quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Fé Cristã e Política: Um Chamado à Participação

  


Texto Bíblico Básico: 

 1 Reis 12.1-81 
E foi Roboão para Siquém, porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem rei.2 - E sucedeu, pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no Egito (porque fugira de diante do rei Salomão e habitava Jeroboão no Egito),
3 - enviaram e o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram e falaram a Roboão, dizendo:
4 - Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos.
5 - E ele lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia e voltai a mim. E o povo se foi.
6 - E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo?
7 - E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.
8 - Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele.




Texto áureo
  Provérbios 29.2
"Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo suspira.
através deste site.Almeida Revista eAtualizada
 Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil. através deste site.
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Pré - aula:


Orientações pedagógicas
Prezado professor
O Brasil passa por uma das mais severas crises da sua história e, neste mês de outubro, será escolhido o novo mandatário da nação, bem como os deputados, senadores e governadores dos Estados. Todos nós carecemos de informações seguras que nos orientem sobre como devemos proceder neste tempo de grandes conflitos e debates sobre as melhores opções quanto ao voto.
Aproveite o tempo da sua aula para esclarecer dúvidas sobre, por exemplo, qual deve ser a posição do cristão e da Igreja neste cenário. Você pode trazer informações sobre o sistema de governo do Brasil, a importância da participação popular, e como funciona a legislação eleitoral.
Muitas dúvidas ainda pairam na mente do aluno sobre as eleições. Por exemplo: A obrigatoriedade do voto é uma coisa legítima? Quem está apto a votar? A quem o voto é facultativo? Qual é a diferença entre o voto nulo e o voto em branco? Qual é o perfil do candidato ideal?
Esta é a oportunidade certa para você dar uma contribuição substancial ao seu aluno sobre cidadania e participação consciente.
Excelente aula!



Palavra introdutória
Roboão, filho e sucessor de Salomão no trono de Israel, entrou para a história como o rei responsável por decisões que resultaram em total desastre. Como consequência dos seus erros, o reino de Israel foi dividido e desencadeou-se um processo de guerras intermináveis entre tribos irmãs, o que resultou no enfraquecimento de Israel como nação. Isso pavimentou o caminho para uma invasão dos egípcios a Jerusalém, ocasião em que levaram da Cidade Santa os seus tesouros e riquezas.
O Brasil está vivendo um dos períodos mais difíceis da sua história por conta da sua crise política sem precedentes. Qual é o papel do cristão dentro deste cenário político? Este é o assunto que estudaremos nesta lição.



1. O que é politica 
A palavra política vem do grego polis. Na Grécia antiga, a polis representava uma unidade que envolvia a cidade e toda a sua vida social, política e econômica. Da polis, participavam todos os seus cidadãos, decidindo ativamente sobre seus destinos e metas.

Política é a ciência e a arte de buscar ações para o bem-estar, tanto da sociedade quanto do indivíduo que nela se insere. É o cuidado que se empreende em benefício dos bens que pertencem a uma coletividade.


1.1. Contextualização do termo
Atualmente, o conceito de política é mais abrangente. Ele envolve a forma como cada um vive em seu bairro, cidade ou país e até mesmo na igreja e na família. Como disse Schlessener, A. H, no livro Cidadania e Política: “A política apresenta-se hoje como a arte de governar, de atuar na vida pública e gerir os assuntos de interesse comum. Não se restringe à atividade desenvolvida no âmbito do Estado, mas faz parte da nossa vida, permeia todas as formas de relacionamento social: no trabalho, na escola, nas ruas, no lazer e até nas relações afetivas”.


1.2. Desvios na compreensão do termo
No Brasil, por conta da falta de caráter da maioria dos políticos, o termo política ficou marginalizado. Em geral, por conta desse sentido depreciativo, todo político é visto como mentiroso, corrupto e enganador.


1.3. Uma correção necessária
Olhar o político sempre pela ótica negativa é um erro de generalização. Há pessoas de mau-caráter e condutas duvidosas em todos os setores da vida social. Essa visão equivocada pode ser muito prejudicial para compreensão desta atividade humana tão importante, como pode abrir as portas para a alienação.


1.4. A posição da Igreja
No passado, desenvolveu-se a ideia preconcebida de que os cristãos deviam viver separados do processo político. Era ensinado que a Igreja, como agência de Deus na terra, devia conservar-se pura abstendo-se de participar.
Esse erro de interpretação conduziu muitos fiéis à alienação e trouxe à Igreja a imagem de uma instituição insípida e sem representatividade (Mt 5.13). A alienação da Igreja abriu espaço ao mal, com seus ranços, vícios e ardis.

Há sempre um preço elevado a ser pago por conta da alienação política. Como diz Platão: “O castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus” 



1.5. Uma mudança benfazeja 
Hoje em dia, muitos líderes cristãos têm ensinado e assumido o seu papel de sal da terra e luz do mundo, conforme orientação do Senhor Jesus em Mateus 5.13-16. Os cristãos, aos poucos, vão entendendo melhor o seu dever de exercer influência na sociedade e participar da vida pública do país.
O povo está mais informado sobre política, como ela se manifesta, e qual é a missão da Igreja para que seus membros interajam com essas questões de maneira sadia e equilibrada.


2. Fé cristã e politica
Fé cristã e política não são excludentes. Uma vez que o cristão deve ser sal e luz, este fato, por si só, faz dele alguém que precisa entender o assunto e decidir em que medida e de que maneira ele deve participar. Endossando esse tipo de raciocínio, pode-se afirmar o seguinte:


2.1. Fé cristã não combina com alienação
A omissão política facilita o ingresso de pessoas interesseiras, desonestas e sem princípios em cargos de importância nos Poderes da República. Essas pessoas cooperam com a criação de leis e práticas que colidem com os princípios do Reino de Deus.


2.2. Alienação combina com despolitização
A alienação política é caracterizada pela transferência de uma determinada responsabilidade para outra pessoa ou instituição. O alienado, portanto, é a pessoa que delega a outros a sua capacidade de participar.
Ser informado não significa necessariamente ser politizado.
O cristão deve posicionar-se de maneira ativa, consciente e sábia dentro do cenário político. A despolitização facilita o trabalho daqueles que objetivam manipular e enganar.



2.3. Política e relações de poder
As relações de poder podem ser vistas em todas as áreas da vida. Elas estão presentes nos ambientes onde há negociações, debates e acordos. O poder, nesse caso, deve ser visto como a ação capaz de exercer controle e influência sobre uma pessoa ou um grupo.
Até na família e na igreja há relações de poder. Na família, nota-se o poder exercido pelo pai sobre a mãe e os filhos, pela mãe sobre o pai e os filhos e o poder que os filhos, em alguma medida, exercem sobre os pais e entre irmãos. Na igreja, também há relações de poder que podem ser notadas nas decisões em nome da boa convivência, na distribuição de cargos, na escolha de cooperadores e líderes, na busca de
recursos para desenvolvimento de projetos.
A política é um veículo de grande distribuição e atribuição de poder.



2.4. Poder político e participação popular
O Brasil é democrático, regido por uma Constituição Federal,escrita e aprovada por homens e mulheres eleitos pelo povo.Os recursos econômicos da nação advêm do pagamento de impostos. Com estes, os órgãos públicos fazem a distribuição das verbas de acordo com o que está pactuado. Uma vez que os impostos têm origem no povo e este elege os seus políticos, assim, também, o governo precisa estar aberto ao povo para que seus cidadãos exerçam o poder político em conjunto com aqueles que o representam, acompanhando ações, gastos e o dever de bem governar.


3. A politica e o papel da igreja
A tarefa principal da Igreja é a evangelização. Como agência de Deus no mundo, ela está encarregada de levar o evangelho a todas as tribos, línguas e nações (Ap 5.9; 7.9;4.6). Sua mensagem apresenta a reconciliação com Deus, por meio do sacrifício de Cristo, como a única esperança para a humanidade (Jo 14.6; 1 Tm 2.5).
Após a queda do primeiro casal, a espécie humana ficou encerrada sob o pecado, independente do seu espaço histórico ou geográfico (Gn 3.15; Rm 3.9,23; 5.12,19). Depois disso, tudo que o homem realiza traz as marcas do erro e da injustiça. Suas manifestações culturais, artísticas, sua economia e política estão contaminadas pelo mal.
Assim, a Igreja precisa ser uma agência formadora de opinião. Ela deve marcar uma posição clara sobre os assuntos discutidos no país, sobretudo, quando eles contrariam os valores da Palavra de Deus.
Seguem algumas ações que ela deve empreender:



3.1. Dar instrução política
A falta de cultura política abre portas à alienação e à ingenuidade. O dever de participar é de todos. Não se pode colocar a culpa apenas nos políticos quando tudo não vai bem, pois o povo também é responsável.
É preciso ver que alguns políticos são eleitos e perpetuam-se nos cargos, não por capacidade, mas por conexões partidárias, indicação, amizades, favores e corporativismo. Há um alerta nas palavras de Jesus em Mateus 10.16: sede prudentes como as serpentes.
3.2. Não negligenciar sua condição de representante de Deus na terra
Como porta-voz do Altíssimo, sua mensagem profética precisa ser ouvida, denunciando a corrupção e os erros dos políticos, convocando todas as pessoas ao arrependimento, confissão e mudança. Como disse o profeta Isaías em Isaías 1.23.



3.3. Denunciar as proposições de leis injustas
A Igreja deve vigiar e examinar as leis em tramitação nas esferas legislativas, para impedir que leis injustas sejam aprovadas, como declarou o profeta Isaías (Is 10.1,2). O sábio Salomão, inspirado por Deus, também afirmou: O que justifica o ímpio e o que condena o justo abomináveis são para o SENHOR, tanto um como o outro (Pv 17.15).


3.4. Combater o engano, a mentira e a inversão de valores
A inversão dos valores sociais traz a falta de lucidez para fazer separação entre o certo e o errado, o bem e o mal, o moral e o imoral. Dentro deste quadro, os desvios de conduta e o pecado ganham campo e manifestam-se livremente. A inversão de valores conquistou um lugar de proeminência na sociedade brasileira; porém, o profeta Isaías faz um alerta. Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo (Is 5.20).
De igual modo ele sentenciou: Ai dos que são heróis para beber vinho e valentes para misturar bebida forte, os quais por suborno justificam o perverso e ao justo negam justiça (Is 5.22,23 ARA).



3.5. Mobilizar os cristãos para as causas políticas
A Igreja deve cooperar na promoção de políticas públicas. Ela deve ensinar o povo a cobrar transparência e prestação de contas dos seus representantes, assim como orientar quanto ao voto consciente.Em uma nação democrática, o povo elege os seus representantes.
A Igreja deve preocupar-se em orientar o povo sobre o uso correto desta liberdade. A quem o cristão deve dar o direito de representá-lo na política?

De forma resumida, seguem algumas orientações sobre o voto
consciente. Não votar apenas por ser obrigatório. Conhecer o histórico do candidato. O representante precisa de preparo moral, emocional e intelectual para o exercício do cargo.
Exercer o voto de maneira livre e não por indicação.
Não votar em ficha suja. Não votar por afinidade ou simpatia.
Conhecer a ideologia e os princípios do partido do candidato. Você tem certeza que gostaria de ver o poder sendo entregue nas mãos de tal partido?



Conclusão.
Com a participação de todos, é possível acreditar que a tempestade da crise política, econômica e social que se estabeleceu no Brasil chegará ao fim, em breve.
É preciso crer e orar por esse imenso país para que venha um novo tempo. O Brasil tem jeito e seu povo pode ter dias melhores.
O Brasil pertence ao Senhor Jesus!
Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor (Sl 33.12)!



Atividade para fixação
1. Qual é o significado da palavra política?
R.: Vem do grego polis, que significa cidade. Política é a ciência e a arte de administrar os bens que pertencem a uma coletividade.
Fonte: Editora: Central Gospel


  Politica - Arquivo



Jovens e Adultos: Lições da Palavra de Deus nº 56 - 4º Trimestre de 2018 - Tema: Questões da atualidade - Instruções para a igreja em tempos de crise - Editora: Central Gospel

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